segunda-feira, 30 de maio de 2011

Roberta Sá seleciona repertório na gravação de novo álbum


"No Arrebol", samba de Wilson Moreira, é uma das investidas da potiguar Roberta Sá na gravação do seu quinto álbum - quarto em estúdio. Bastante reconhecida e elogiada pela crítica no quesito seleção de repertório - principalmente nos discos "Braseiro" e "Que belo estranho dia pra se ter alegria", onde teve mais liberdade para a escolha -, Roberta sempre demonstrou que o maior prazer, em período de gravações de novos álbuns, é selecionar o repertório.

Por isso, até, não dava tanta ênfase em lançar composições próprias. "Janeiros", em parceria com o marido Pedro Luís, e "Agora sim", na qual se "meteu" - como ela mesmo define - na parceria de Pedro e Carlos Rennó, são raras exceções de músicas autorais nos discos da potiguar.

A produção do novo disco está a cargo, novamente, de Rodrigo Campello, que só não acompanhou Roberta na turnê do último disco da cantora, "Quando o canto é reza", de 2010. O gabaritado Mario Adnet é a novidade, e trabalha nos arranjos do novo álbum.

O álbum deverá ser lançado pela gravadora Universal Music no segundo semestre de 2011.

domingo, 29 de maio de 2011

Os meninos deste tal de iê iê iê

Eu podia contar detalhes de cada música tocada por Arnaldo Antunes no palco do Teatro Riachuelo, mas ainda assim seria um relato fraco do que realmente foi o espetáculo da noite dessa sexta-feira (27/5).

Para começar, devo voltar mais ou menos uma semana antes do show e agradecer a boa vontade de uma amiga que comprou o meu ingresso antes de esgotar, o que aconteceu em menos de 24 horas depois das senhas terem sido postas à venda.

Os preços bem abaixo da média (o bilhete mais caro saia por R$ 20 e estudantes com direito à meia-entrada pagavam apenas R$ 10) me fizeram pensar que muitos viam a apresentação somente como uma oportunidade de conhecer o teatro. Felizmente, eu queimei a língua mais tarde e a maioria conhecia e cantava alto todas as músicas.

Quando eu entrei, por volta das 21h30, Khrystal já fazia o show de abertura. Em companhia de Júnior Primata (que por mais de uma vez arrancou aplausos do público com solos de baixo) e de Wallyson Santos (na guitarra), a cantora potiguar baseou a apresentação quase que inteiramente em canções autorais. Apenas no final abriu exceção para tocar "Extra II, O Rock do Segurança" de Gilberto Gil, do qual declarou ser fã.

Em certo momento, ela parou o show e confessou: estava nervosa por poder cantar em um lugar "tão profissional". A plateia, simpática, apoiou a cantora e a deixou mais a vontade pra continuar.

Dez minutos depois da potiguar deixar o palco, Arnaldo Antunes assumiu o microfone. Entrando ao som de "Eu Já Fui uma Brasa", na voz do saudoso Adoniran Barbosa.
O repertório continuou praticamente o mesmo do DVD "Ao Vivo Lá em Casa" (lançado em dezembro e que deu origem à esta nova turnê). Depois de "Iê Iê Iê", "Vem Cá" e "Essa Mulher", eu já era capaz de adivinhar quais músicas viriam a seguir.

Permanecer sentado, desde o começo foi um desafio, mas somente em "Americana" eu senti a real necessidade de me levantar. As cadeiras foram as únicas responsáveis por inibir a empolgação do público, que, na maior parte do tempo, limitou-se a bater o pé no chão, sacudir os braços e balançar um pouco a cabeça, mas tudo de leve pra não incomodar quem estava atrás.

As boas vindas vieram com "A Casa é Sua", seguida de uma história dos bastidores que o ex-Titã decidiu compartilhar conosco. Contou que na van, antes de chegarem ao Teatro Riachuelo, alguém da banda havia tido uma grande epifania. Com o olhar fixo na janela do carro, ele entendeu que "em Natal, todas as árvores são árvores de Natal!". Não fiquei sozinho achando que esta era a deixa perfeita para tocar "As Árvores", mas a canção não veio. No lugar, engatou "Invejoso".

De casa, Arnaldo Antunes trouxe ainda a simpatia. Por umas duas vezes, desceu do palco e caminhou entre as fileiras de fãs. Durante a apresentação, dançou, pulou e rasgou a calça até encerrar ("do jeito que começou") com "Eu Já Fui uma Brasa", agora numa versão mais iê iê iê.
O bis chegou para nos presentear com mais duas músicas. Foi quando o público esqueceu de vez a norma de "cada um no seu lugar" e tomou a frente do palco.

Mas esta ainda não seria a última vez que veríamos o Antunes.

Eu já estava quase na porta de saída quando, "pra tocar só mais uma", a banda ressurgiu. "O Pulso" foi escolhida para dar um ponto final na noite, deixando todos com a certeza de que "o corpo ainda é pouco" em um show como esse.

*Fotos: Anny Gabrielly (@annygaaby)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Paul McCartney pode voltar a se apresentar no Brasil, dessa vez em Recife

Se despedindo do Brasil pela segunda vez em pouco mais de seis meses, Paul McCartney pode voltar mais cedo do que se espera. Um blog no site do jornal Diário de Pernambuco publicou uma nota terça-feira (24/5) especulando a presença do ex-Beatle em Recife. A apresentação única e histórica aconteceria no estádio do Arruda, lar do Santa Cruz.

O blog afirma que as negociações estão avançadas e que a terceira viagem do sir inglês ao país (dessa vez para mais perto de nós) pode acontecer até o começo de 2012. Não descarta, porém, a possibilidade do show ser realizado ainda este ano.

A turnê "Up and Coming Tour", que já esteve nas cidades de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro desde 2010, deve ser prestigiada por cerca de 50 mil pessoas no Recife (expectativa de público no estádio do Arruda, que tem capacidade para até 60 mil pessoas). Por onde passou, o espetáculo esgotou todos os ingressos colocados à venda.

Abaixo, trecho do show de domingo passado, no Engenhão.

Forfun – Alegria Compartilhada

Em 2011 a banda carioca Forfun lançou seu 4º disco, depois dos “adolescentes” Das Pistas de Skates para as Pistas de Dança e Teoria da Dinâmica Gastativa, partiu para o excelente Polisenso que marcou como uma mudança no perfil da banda, agora mais madura.e disco continuaram no seu mais recente trabalho o Alegria Compartilhada, e a impressão que se tem é delas não terem acabado. No terceiro disco as diferenças se apresentaram na mistura com o dub e o ska, mas de uma maneira bem feita, a faixa 10 daquele disco já antecipava o que estava por vir: trabalhar mais com a músicalidade brasileira.


Foto: Lucas Zappa

Alegria Compartilhada mostra uma banda madura, competente, mas ainda não pronta. A palavra “pronta” no contexto utilizado não é nada negativo, e sim a sensação de que a as evoluções ainda não acabaram, e não estou falando das evoluções que todos artistas passam, me refiro à vinda de um marco para a carreira, mas esse não é Alegria Compartilhada.


Nas suas bem devidas propor
ções esse disco deixa forte as influências do som dos Novos Baianos e Jorge Ben, o significado que eles foram para suas épocas. É claro que os mais puritanos não concordarão comigo, porém com as evoluções que temos hoje nos processos de gravações e sintetizadores mais modernos, esse é uma das caras que a música brasileira terá nos próximos anos.

O disco produ
zido por Daniel Grajaman tem todas as letras compostas pela banda exceto a faixa Cosmic Jesus que conta com a participação de Gustavo Black Alien, tanto na composição como cantando o hap no final. E todas elas são marcadas pelas questões ambientais, sociais, culturais, humanas e espirituais; além da simplicidade a lá Jorge Ben. Simplicidade que pode ser percebida no refão de Quem vai, vai: “Quem vai, vai/Quem não vai, fica/Quem vai, quem vai, quem vai/Quem fica” interrompido no final pela genial troca de palavras: “O Baobá, Obá-obá”. Morada que foi lançada a mais de um ano também faz parte do álbum, porém com algumas mudanças nos arranjos. As ilustrações distribuídas pelo encarte são de autoria da artista Nelma Guimarões, muito boas por sinal, e o álbum está disponibilizado para download no site da banda. Detalhe: O site passou quase dois dias congestionado, devido à grande quantidade de acessos.

Para abrir o disco temos o rock/reggae Alegria Compartilhada. A maioria dos fãs com quem tive acesso elegeu Cosmic Jesus como a melhor música, porém não podemos esquecer as excelentes Descendo o Rio com sua batida suave, gostosa e litorânea. Dissolver e Recompor e Minha Jóia também não podem ficar de fora dessa lista, afinal com uma letra carinhosa como essa: “Caminharemos lado a lado/Um questão de afinidade/Música, dança, tempero, e sabor/Afeto, amparo, carinho e calor”.


O disco está a venda no site PunkShop e para download gratuito no site da banda. Vale lembrar que parte da renda com a venda do álbum será revertida para o projeto Roda Gigante.