quinta-feira, 24 de março de 2011

Talma&Gadelha: Matando o Amor (2011)

O encontro não é nada inusitado. Afinal, Simona Talma e Luiz Gadelha já trabalharam juntos no Projeto Retrovisor e ainda hoje dividem o palco nas apresentações da banda Trem Fantasma. O que torna Talma&Gadelha diferente é a ousadia da dupla em sair da zona de conforto e mudar totalmente de estilo, apostando em um disco de rock para este novo projeto.

Com o nome pouco simpático de "Matando o Amor", o álbum possui dez faixas inéditas compostas por Simona e Luiz e arranjos de Cris Botarelli e Henrique Geladeira, velhos conhecidos do rock potiguar por participarem das bandas Planant e Calistoga. Além deles, Emmily Barreto completa o grupo (exatamente a mesma formação do Trem Fantasma).

Esta nova parceria entre os dois músicos potiguares surgiu do convite para participarem do Projeto Incubadora da produtora Dosol, que prestou suporte ao trabalho desde a sua produção (que ficou a cargo de Anderson Foca) e gravação até a disponibilização do disco em formatos físico e virtual e uma temporada de shows de divulgação.

Possuir o disco físico é, aliás, uma satisfação a mais pela belíssima arte de capa confeccionada por Cesár Valença.

Durante a audição, percebemos que em momento algum Talma e Gadelha conseguem, de fato, matar o amor, culpado por ser o personagem principal de todas as canções do álbum, em suas várias formas de se apresentar. Ora ele é divertido e louco como em "Bons Meninos" e "Mais uma Cereja" (de longe as minhas favoritas), ora é triste e agressivo como em "Porque Todo Coração é Burro" e "Se Fosse Feio"; e outras vezes apenas estranho como na boa "O Roqueiro e a Hippie".

A faixa-título, que também encerra o disco, possui a letra mais bem trabalhada das dez e merece destaque. Além de "Matando o Amor", "Doce Hora" surpreende e me lembrou um pouco o rock feito nos primeiros anos da década passada.

Se Simona Talma sempre quis gravar um disco de rock, hoje ela pode dizer que conseguiu. A parceria com Luiz Gadelha provou ser certeira e "Matando o Amor" é um disco para ser ouvido sempre que der vontade. Talma&Gadelha é um projeto com potencial enorme, espero apenas que não desapareça com o tempo.

Tracklist:

1. Enigma
2. Daqui Há Alguns Anos
3. O Roqueiro e a Hippie
4. Porque Todo Coração é Burro
5. Se Fosse Feio
6. Bons Meninos
7. Doce Hora
8. Mais uma Cereja
9. Cola em Mim
10. Matando o Amor

Download: Você pode baixar o disco "Matando o Amor" gratuitamente neste endereço: http://www.dosol.com.br/2011/03/22/dosol-net-label-talmagadelha-matando-o-amor-download-free/

Simona Talma fala ao blog sobre o lançamento do cd "Matando o Amor"

Foto: Dosol

Na última terça-feira, no Teatro Alberto Maranhão, a equipe do AQUI TEM SOM encontrou Simona Talma, que fez uma participação especial no show de Valéria Oliveira em comemoração aos 10 anos da FMU, e aproveitou para conversar com ela sobre o cd lançado em parceria com Luiz Gadelha, "Matando o amor".

Bastante simpática conosco, Simona falou que espera um bom clima no show de sábado. "Eu acho que pela reação das pessoas até agora, o número de downloads e os comentários, vai ser muito bom", disse. Ainda sobre a receptividade do cd - disponibilizado naquele mesmo dia no site do DoSol - ela anunciou: "Da última vez que eu soube, haviam sido feitos 3 mil downloads".

O álbum, idealizado e produzido por Anderson Foca, teve "dois meses e duas semanas de trabalho e as músicas compostas especialmente para o projeto", explicou Simona Talma.

Ao ser questionada se o cd ficou à seu gosto, Simona foi enfática: "Totalmente! É um trabalho coletivo. Somos eu, Gadelha, a banda e ainda Anderson [Foca]. Conseguimos chegar num resultado que ficou satisfatório pra todos e eu me identifico bastante", comentou. E ainda completou: "Hoje eu escutei o disco e chorei muito tempo, porque é uma coisa muito nossa que está ali".

Para quem quiser conhecer o cd "Matando o Amor" de Simona Talma e Luiz Gadelha, o show de lançamento ocorrerá sábado (26/03) às 23h no Centro Cultural Dosol. O evento, que ainda conta com o show da banda SeuZé, custará R$7,00 (R$ 17,00 com o disco incluso).

Para baixar o disco, vá ao site http://www.dosol.com.br/.

quarta-feira, 23 de março de 2011

"Ainda há esperança"

Poderíamos dizer que a Rádio Universitária, também conhecida como Universitária FM ou FMU, é a rádio da UFRN, mas ainda assim não a definiria. Poderíamos dizer que ela só toca músicas de artistas locais, mas ela é mais do que isso. Muito mais. Pelas ondas dessa rádios, são transmitidas não só a música potiguar, mas sim toda a cultura do Rio Grande do Norte. E ela está comemorando 10 anos. Para essa comemoração, foram convidados as cantoras Valéria Oliveira e Ná Ozetti, além dos grupos de dança Gaya Dança Contemporânea, Grupo de Dança da UFRN e (Com)tatos e Improvisações. Uma festa totalmente potiguar.
É claro, houve alguns problemas. Principalmente, a entrada no Teatro Alberto Maranhão. Não que a organização tenha vendido ingressos a mais – longe de mim acusá-los disso, mas o que se viu na entrada do teatro foi uma certa falta de organização. Lembrava até mesmo a bilheteria do Machadão, que, com todo respeito, não será lembrado nunca como exemplo de organização. Provavelmente por causa da falta de organização na entrada, o início do show No Ar teve um atraso de meia hora.
Logo passado esse problema, o show de Valéria Oliveira começou. E o que se viu foi mais do que um pessoa cantando. Foi uma pessoa cantando, dançando, interpretando, se emocionando com o som que estava sendo tocado. É como se ela não fosse uma cantora: é como se ela fosse a própria música. Descalça no show inteiro, Valéria contou com a participação de Gilberto Cabral, Ná Ozetti, Simona Talma e Eduardo Taufic.
Mas o ponto alto do show foi, sem dúvidas, foi o cover de "Quando" de Roberto Carlos. Num arranjo completamente diferente da música original, o baixista da banda, Paulo Oliveira, e o guitarrista, Jubileu Filho, iniciam a música. Em seguida, Valéria entoa o "Quando você se separou de mim..." acompanhada de um copo com uma bebida não identificada, possivelmente uísque. Logo a interpretação da cantora toma um caráter mais emocional, mas que, vendo pela metade, até parece displicência. No final da música, ela se vira para o fundo do palco e, numa integração com o cenário muito bem produzido pelo pintor Ítalo Trindade, ela arremessa o copo em direção à pintura, que, mesmo projetada, se quebra.
Grupo Gaya Dança Contemporânea se apresentando em frente ao TAM. Foto: Leonardo Erys
Logo em seguida, foi exibido um vídeo de vários artistas potiguares prestando sua homenagem à FM Universitária. Entre os artistas, estavam Carlos Zens, Antônio de Pádua e Rodolfo Amaral. Foi realmente maravilhoso, mas que, por ser um intervalo, acarretou um pequeno problema: muitas das pessoas que saíram não voltaram e o teatro, que começou lotado, estava visivelmente mais vazio. 
Mas isso não parece ter abalado em nada Ná Ozetti e o seu show de covers de samba Balangandãs, que nunca tinha pousado em terras potiguares. Na verdade, não parece ter efeito nem mesmo no público. O TAM poderia estar meio vazio, mas tinha a animação do Sambódromo. Havia gente sambando nos camarotes, nas frisas, em todos os lugares. A platéia inteira entrou no ritmo quando a banda tocou "A Preta Do Acarajé" de Dorival Caymmi, usando as palmas como percussão. E quando, voltando do bis, eles tocaram "Taí" de Noel Rosa, a platéia inteira cantou junto. Outra sacada notável da banda foi aliar o samba ao violocelo e ao contrabaixo, instrumentos próprios da música erudita.
Ao som da Banda Catita Choro, a festa acabou e nos deixou para refletir: que bom que há lugar para a boa música em Natal.


Foto: Lenilton Lima

 "Tem produtores que fazem músicas de baixa qualidade só pensando no lucro. E as pessoas vão ouvindo. E, às vezes, [os produtores] nem merecem. Porque a gente merece coisas boas pra ouvir. Produções bem feitas, shows maravilhosos, produtores de caráter que pensam além do dinheiro... É possível fazer arte com qualidade, sem aperreios. É possível."  
Carlos Zens

terça-feira, 22 de março de 2011

Sábado tem #RockMania no Castelo Pub

Para a galera que curte um som com uma pegada mais agressiva esse sábado (26) no Castelo Pub (Na Rota do Sol em frente ao Frasqueirão, em Ponta Negra), ainda teremos o Festival #RockMania, que saiu da primeira parceria entre os portais Agenda Potiguar e RockPotiguar.

A noite será levada pelo som de Aurora Blues e I'm Not Cat Now como também do DJ Magão. Completando as atrações ainda teremos Coronel Jam, Pilares do Mundo, Radio BRA.

o Festival vai começar às 22h e os ingressos custarão 5 reais até onze horas e o dobro depois, eles serão vendidos no local.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Projeto Incubadora apresenta Simona Talma e Luiz Gadelha

Sábado, 26 de março, no Cetro Cultural Dosol acontecerá o lançamento do trabalho de Simona Talma e Luiz Gadelha. Como parte do Projeto Incubadora e contará com a participação da banda Seuzé.

O Incubadora faz parte das atividades do 10 anos do Dosol, mas o presente mesmo fica com o público natalense. Além de Simona e Luiz a primeira etapa do projeto conta com as bandas Hossegor, Venice Under Water, Los Costeletas Flamejantes e Pumping Engines. Para produção os artistas entrarão num processo de composição, produção e difusão usando de todas as plataformas nas quais o Dosol atua.

De aperitivo veja como foi o processo de produção.

Parte 1



Parte 2.



*Vídeos: Dosol TV
*Foto: Dosol

V Todo Carnaval Tem Seu Fim fica para abril

O carnaval se foi, e agora sim o ano começou. Certo? Não. Em Natal há meia década o ano só começa depois do Todo Carnaval Tem Seu Fim. Dessa vez o evento acontecerá no Cultura Clube, por trás do TAM, e contará com a participação da banda Desventura (@bandaDesventura) que tocará por três horas as músicas de todos os álbuns dos Los Hermanos. A banda SeuZé (@bandaseuze) seguirá pela noite, além do DJ Legal (@legaldenatal).

A despedida do carnaval 2011 vai começar às 23h do dia 02 de abril e custará 10 R$ para quem tiver o nome na lista da banda Desventura e 12R$ na hora.

Então, Vamos começar o ano com música boa?

domingo, 20 de março de 2011

Pouca Vogal, integrantes suficientes, e muito som

___________________________Foto: Diogenes Felix

Ver Duca Leindecker e Humberto Gessinger, líderes do Cidadão Quem e do Engenheiros do Hawaii respectivamente, reunidos num único projeto nos remete a algo bom. Trata-se da nata do rock gaúcho; dos bons tempos de rock brasileiro. E de fato é. O cd lançado pela dupla - e só por eles, sem mais nenhum integrante - em 2008 mostra um som mais calmo, com vozes mais suaves, guitarras menos gritantes, mas de muita qualidade.

Porém, essa calmaria para no cd. O show que a dupla fez em Natal no último sábado, dia 19/03, superou às expectativas desse blogueiro.

Pra início de conversa, Felipe Magoo, cantor pernambucano, estreou em Natal tocando grandes sucessos do rock nacional. Com apenas um violão e acompanhado de uma percussão simples, Magoo levou o público por quase uma hora. E foi bem. Tocou grandes sucessos dos Titãs e ainda se arriscou de Paulinho Moska e Marcelo Jeneci. Faltou apenas tocar Raul, que o público insistentemente clamava, e o cantor pedia para não o "colocarem nessa roubada".

Eis que surge no palco, por volta das 22h10, Pouca Vogal, a grande atração da noite, anunciada pelo locutor do Teatro Riachuelo de forma horrenda, diga-se de passagem. Entra Humberto, de cabelo grande e com uma bandana (faixa, como queiram) na cabeça, como nos velhos tempos da gravação dos "10.000 destinos " do Engenheiros. Aquele visual parecia me antecipar uma grande noite. Ao seu lado, Duca acena em direção ao público para o qual daria, em poucos instantes, um espetáculo.

O show tem início e logo de cara o repertório é divulgado: as músicas do projeto - apenas 8 - e em função disso, os grandes sucessos das bandas favoritas da dupla - Cidadão Quem e Engenheiros do Hawaii, como define o próprio Gessinger. E foi isso mesmo. O público potiguar, que não lotou por completo o teatro , também não deixou a desejar. Cantou junto do início ao fim quase todas as músicas.

No meio da apresentação, Humberto Gessinger anuncia o já esperado convidado da noite: Carlos Maltz, que entra pra coroar o evento. Muito empolgado, o primeiro baterista do Engenheiros sustentava na interpretação o que lhe faltava em afinação, e levava o público à loucura. Ao final da sua primeira participação no show, quebrou o cajón no qual tocava. Foi a demonstração de que eles estavam tão animados quantos nós.

Mas a coisa mais impressionante desse espetáculo é a capacidade multi-instrumental da dupla. Duca toca simultaneamente seu violão (ou guitarra) e um bumbo de bateria. Humberto tem a sua volta: guitarra, violão, viola caipira, teclado e gaita. Além disso, faz com alguns pedais o som do baixo - que, por sinal, era algo que estava intrigando esse que vos escreve desde o início do show. Eu realmente não sabia de onde vinha o som do baixo. Problema resolvido, quando Duca anunciou as habilidades do amigo e me deixou ainda mais abismado. É que por muitas vezes é normal aparecerem "músicos" que tocam muitos instrumentos ao mesmo tempo, mas é raro ter qualidade. O Pouca Vogal prova que é possível ser bom ainda assim.

E a primeira parte do show leva com ele grandes sucessos, como "Refrão de Bolero" - uma das mais aclamadas -, "Até o fim", "Somos quem podemos ser", "Terra de gigantes", entre outras do Engenheiros. Já do lado do Cidadão Quem, tocaram "Ao fim de tudo" - música a qual eu bailava sozinho até uma amiga ser solidária e me acompanhar -, "Girassóis", "Dia especial" e outras canções as quais as cervejas que eu bebi durante aquele dia não me deixam lembrar.

A dupla, então, se despede pela primeira vez do público. Mas ainda falta um pouco mais. Tanto a plateia quanto eles sabiam disso. E os dois voltam ao palco. E, de cara, "Pra ser sincero". Talvez a gente não estivesse merecendo tanto. Mas aí, Humberto vai de "Piano Bar" e logo depois chama Carlos Maltz de volta ao palco. A gente merecia sim. O público recebe Maltz e seu novo cajón com gritos de "quebra, quebra!". Dessa vez ele não o fez, mas não foi menos espetacular que da primeira vez. Participação impecável. Ele ainda tocou, próximo do fim do show, a versão de "Infinita Highway/Carona". A versão transitava de uma música a outra, como faziam Maria Bethânia, Chico, Caetano e muitos outros no auge de suas carreiras. É algo que parecia ter parado no tempo, mas no sábado vi que não.

"Muito obrigado, foi um prazer tocar pra vocês", despedem-se em forma de música, Duca e Humberto de um espetáculo que durou quase 2h. O prazer foi inteiramente nosso, não tenham dúvidas. E acredite, caso tenha a oportunidade de assistir a esse grande show, assista. Pra quem gosta deles, é um prato cheio.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Camelo divulga capa de cd, música e uma grande expectativa


Marcelo Camelo, ex-vocalista e guitarrista do Los Hermanos, está prestes a lançar seu novo álbum. A previsão é que o segundo trabalho solo do carioca, Toque Dela, chegue ao mercado no dia 5 de abril.

Nessa segunda-feira, dia 14, o cantor divulgou a capa do disco. A arte é do paulista Biel Carpenter, cujo trabalho Camelo conheceu pela internet e convidou para cuidar de toda a parte gráfica do cd. É bom lembrar que o primeiro disco solo do carioca, Sou, tem toda a arte assinada pela mãe do cantor, Ana Camelo.

No último dia 3, Camelo já havia divulgado em seu site, a música "Ô ô", que estará no disco Toque Dela. A faixa, que tem 3 minutos, traz uma novidade na carreira do cantor. Camelo experimentou nessa, e em outras 2 músicas do álbum, tocar todos os instrumentos da gravação ( baixo, bateria e guitarra). Nessa música, porém, o hermano conta com a participação do tão aclamado Marcelo Jeneci no piano.

A música (clique aqui para ouvir) realça o enorme talento do carioca na composição de arranjos e mostra que Camelo segue uma linha melódica que raramente deixa a desejar àqueles que o acompanham desde a época dos Los Hermanos.

Em contrapartida, o Camelo enquanto integrante da banda carioca, parecia ser mais ganancioso em relação às letras, à busca pela combinação estética, à rima. Desde o seu primeiro cd solo, em 2008, o hermano pareceu "cansar" disso e a música veiculada no ínicio do mês traz um pouco dessa idéia:

Dentro desta noite / Tudo vai girar / Pode estar até / A verdade / Tudo que eu fizer vai ser pra ser para ver aos olhos dela / Vai faltar carinho se faltar estrada ou carnaval / Vai dançar até / A verdade

Ao mesmo tempo, ele já afirmou que o poder da música é da melodia. É ela quem dita o andar da canção. Talvez isso justifique sua postura. Talvez por isso, seja tão detalhista e competente nesse quesito.

Mas ainda é de se ter esperança de que o novo álbum traga um Camelo amadurecido, com o talento de sempre nas melodias, e resgatado no desejo de grandes letras. É o que se espera de um dos grandes compositores da última década. Vamos torcer.