terça-feira, 1 de novembro de 2011

Chorinho é massa (e muito mais...)

Por Paulo Nascimento / Especial para o Aqui Tem Som

João Vitor na VXII Cientec. Foto: Everson de Andrade
Para quem conhece o jovem João Vitor seria redundante falar de suas qualidades como músico. Mas, este texto destina-se exatamente para quem nunca viu este genial músico dominar o instrumento prateado, presente de sua avó Olívia. Aquele que, por um acaso, não ver João tocando, apenas ouvir, nunca poderá afirmar que ele tem só 9 anos e “brinca” com uma flauta transversal que tem a metade de sua altura.

Nascido em berço musical de ouro, tendo como pais o multi-instrumentista Antônio de Pádua e a percussionista Roberta Karim, além do irmão baterista Mateus Jardim, o pequeno João é, sem dúvida, a estrela-maior desta constelação de grandes músicos. Não sou um grande “entendedor” de música, mas afirmo que caminhando por onde se deve, o menino que tem como passatempo modelar massinha e brincar com a flauta, irá alçar voos nunca antes feitos por nenhum artista potiguar. Que me desculpem seu pai, de longe o maior músico do RN, e o nosso maior flautista Carlinhos Zens, mas no palco, já hoje, João é melhor que todos os dois.

Apesar de não conhecer tanto das teorias e técnicas da música, tenho a consciência de que já vi e ouvi muito de música para poder afirmar que o brilho de João alcançará o firmamento. E não só por sua virtuosidade com a flauta, mas pela forma que ele se põe sob a ribalta, cativando o público e, neste seu novo show “Chorinho é Massa” apresentado na noite de sexta-feira no palco da Casa da Ribeira, até cantando. Vendo tudo isso, só peço para poder vê-lo quando estiver do alto de seus 40 anos!

Está guardado, com mais zelo do que o ingresso do show, em meu coração, como manda a música que dá nome ao show (Chorinho é massa, tem que ouvir com o coração, tem que tocar com graça), na minha mente e nas paredes daquela casa de espetáculos todo o poder, magia e emoção que João Vitor imprime em cada música. Sejam clássicos do choro como “1x0” do mestre Pixinguinha, do frevo – “Vassourinhas”, interpretada divinamente –, ou composições de Carlinhos Zens e do seu pai Antônio de Pádua, João Vitor não deixa de imprimir sua marca.

Um destaque mais que especial fica para a valsa composta por Antônio para Roberta Karim, que o rebento interpreta com toda a emoção que a música pede. Arranca sorrisos dos pais e aplausos da plateia, pela maneira com que entende e transmite pelas notas saídas da flauta toda a carga de emoção contida em tão bela composição. Aguardo ansiosamente pelo dia em que João inicie suas andadas pela composição, quem sabe uma para sua “namorada” que estava na plateia.

Terei o maior prazer e uma satisfação maior ainda de poder contar que o vi nascer como estrela, nos palcos de Natal, a grande estrela que torço com todas as forças para que João Vitor torne-se. Que não só os pais Roberta e Antônio, o irmão Mateus e a avó Olívia cuidem dele, mas todo natalense que ame a boa música, pois é dever de todos cuidar de nosso patrimônio que João, do alto de sua grandeza musical e da “baixeza” de tão pouca idade, já se tornou. Vai lá, meu xará, não tenha medo de qualquer coisa que te apareça, tire tua flauta e toca “brincando”, apenas isso e encantarás o mundo, que estarei sempre ouvindo e torcendo.

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