domingo, 13 de novembro de 2011

Maratona de sábado

15h52. Tarde demais para quem não queria perder nada da maratona de shows daquele sábado. A pontualidade do Festival Dosol (claro, já que não sou homem suficiente para culpar meu próprio atraso) me impediu de ver Hey Apple.

Do lado de dentro do Armazém Hall, somente algumas poucas testemunhas da primeira apresentação da tarde. Somadas, elas não deveriam ser mais que 20. As bandas incubidas de tocar nesse horário sabem que não devem esperar um bom público, mas isso não as inibiu de tentar agitar a platéia. E foi o que fez a Dessituados, com um rock bem aceito.
Planant: público cantou junto, mesmo que baixinho.

Das potiguares que abriram o festival, Planant era a mais conhecida. Digo isso pelas pessoas que decidiram gastar a voz mais cedo, só para acompanhar, mesmo que timidamente, as letras em inglês. Os próximos da lista eram Os Inflamáveis, e tinha chegado a hora da primeira breja, já que a banda, com perdão do trocadilho sem vergonha, fez o show mais inflamado da tardinha.

Como não parava de chegar gente, O Sonso, Tokyo Savannah e Hellbenders fizeram suas apresentações com a casa um pouco mais lotada, mesmo que de um público apático. Os goianos, aliás, foram os mais prejudicados por isso. Qual é? Ninguém para puxar uma roda de pogo? Sério, ninguém mesmo? Talvez o som pesado da Hellbenders fosse melhor apreciado no domingo.

Parece que as pessoas só acordaram para o festival quando Vivendo do Ócio subiu ao palco, em um dos shows mais esperados da noite. E olha que antes deles tocaram Venice Under Water, um bom representante do rock local, nuestros hermanos de la Satan Dealers e a Gloom, que apelou até para Sandy e Jr. na tentativa de fazer o natalense rebolar.

(Pausa para um esclarecimento: Meus trocadilhos são péssimos, por isso me deixe explicar. A música que a Gloom tocou foi "Vai Ter que Rebolar", deu pra entender?)

A monotonia havia chegado ao fim. Podemos até traçar um paralelo do antes e depois de Vivendo do Ócio tocar no sábado. Os caras ainda presentearam os fãs com três músicas inéditas, que estarão no próximo disco.
Canastra: Rio de Janeiro muito bem representado.

Foi aí que os cariocas armaram o baile. Primeiro a Do Amor, que foi surpreendida por um fã-clube. A banda respondeu o carinho com uma ótima apresentação no Dosol. Depois foi a vez de Canastra botar todo mundo para dançar no Armazém.

(Mais uma pausa, agora para uma nota pessoal deste que vos escreve: CANASTRA É MUITO IRADO, BICHO! Obrigado e voltamos ao texto.)

Os anfitriões da festa, que ficaram de corre-corre o tempo todo, também subiram ao palco. Eu já sabia que Camarones Orquestra Guitarrística tinha um bom show, desses que anima mais ao vivo que no CD. Não foi surpresa nenhuma ver a casa lotada de gente dançando ao som do bom e velho rock and roll.

O trio DuSouto é outro que nunca decepciona. E a fórmula do sucesso é simples: um pouco de samba, um pouco de dub e um monte de mulher desinibida na frente do palco. Para completar, Danina Fromer e Mc Preguissa fizeram participações especiais.

À esta altura, já não era possível se movimentar pelos espaços com tanta facilidade. Por isso, preferi sacrificar a apresentação dos Rinocerontes e fiquei ali mesmo, no Armazém, esperando por Tulipa Ruiz.
Tulipa Ruiz: Romantismo no Festival Dosol.

O público não era mais o mesmo. Estava de pé, junto ao palco, quando de repente me vi cercado por menininhas românticas que (juro!) não tenho a menor ideia de onde surgiram. E elas estavam afiadíssimas. Cantaram todas as músicas do repertório da paulistana, deixando a própria Tulipa desconcertada com o poderio de suas vozes (por vezes, mais alto que o próprio sistema de som da casa).

Talma&Gadelha não esperaram para lotar o Dosol. Tulipa Ruiz ainda estava na metade do seu show, quando houve uma debandada do público em direção ao palco do lado. Acabou e eu não consegui ver nada. Tudo bem! Descansei as pernas.

Ainda havia BNegão e os Seletores de Frequência pela frente e a sede me consumiu. Estava um calor de fazer inveja à Mossoró quando a água acabou. Sai do ambiente do festival para comprar uma garrafinha azul dos ambulantes no lado de fora e, se não fosse a credencial e o crachá de imprensa, eu não teria visto como a noite acabou (as pessoas não podiam voltar depois que saíssem). E para resumir, tudo acabou em funk.

Antes de ir embora, alguém, definitivamente bastante cansado, soltou o que pra mim é a frase que melhor define o Festival Dosol: "Isso é coisa de louco! É pra quem tem preparo físico. Eu não tenho isso!"
BNegão: e tudo acabou em funk.

Todas as fotos são do Flickr oficial do Festival Dosol. Quer ver mais, passa lá: http://www.flickr.com/photos/dosol/sets/72157627886399139/

Nenhum comentário: