sábado, 16 de abril de 2011

Marcelo Camelo: Toque Dela (2011)


Na terça-feira (05) foi lançado o último disco do ex-Hermano Marcelo Camelo, embora o trabalho tenha vazado na rede um dia antes eu só me foi possível conferir um dia após o lançamento. A primeira vista o trabalho em “Toque Dela” não difere muito do seu primeiro álbum solo o “Sou” e a promessa de dessa vez a atenção estaria mais voltada à melodia do que à letra também não se cumpriu.


Suspeitando ser mais um dos seus surtos, nos quais acredito estar sozinho com uma opinião no mundo, conversei com nosso amigo Leonardo Erys sobre a sua impressão, e a conclusão dele foi a mesma. Pensei: "pelo menos não estou louco, mas vou ouvir outra vez para conferir". Numa segunda audição a impressão já foi melhor, mas ainda mantenho a minha opinião que não mudou muito do seu primeiro trabalho.

Num encarte muito simpático feito com pinturas e gravuras do artista plástico Biel Carpenter, “Toque Dela” é 99,99% composta por Camelo, pois em “Três dias” ele fez uma parceria com André Dahmer.

Nas músicas Marcelo tocou a maioria dos instrumentos (Violão de nylon e aço, guitarra solo e guitarra base, baixo, bateria, clarones, glockenspiel, metalofone, percussão, pandeirola, tambor, chocalhos, ukelele, assobio e até as palmas), mas sem dispensar algumas participações especiais como Marcelo Jeneci nos pianos e acordeom nas faixas “Ôô”, “Tudo que você quiser”, “Acostumar”, “Três dias”, “Pra te acalmar”, “Vermelho”, e “Meu amor é teu”. Malu Magalhães também marcou presença no coro de ”Vermelho”. Como também sua banda de apoio o Hurtmold com seus seis músicos, trabalharam nesse disco.

Pouco antes de apresentar o trabalho completo ao público Camelo disponibilizou para audição em seu site a música “Ôô” o maná do disco, no quesito melodia tem um começo no qual se tem a impressão que será uma balada voz e violão e segundos depois entram os outros instrumentos completando o som. Não queria cutucar a ferida, porém os mais nostálgicos poderão remeter aos bons tempos de Los Hermanos, pois algo que voltou foi o uso dos metais, artifício que não foi muito usado no primeiro projeto de Marcelo, mas como ele mesmo disse que sempre teve um carinho por esses instrumentos: “Sempre gostei de usar metais. Com eles é possível fazer uma linha melódica sem ter que usar palavras e conseguir ser expressivo”, afirma. “No primeiro disco eu usei menos por ter usado demais nos Hermanos”.

Outra mudança relevante no novo álbum é o romantismo apresentado, como podemos ver em “Acostumar” e “Meu amor é teu”: “Meu amor é teu dou-te mais uam vez/meu bem, saudade é pra quem tem/Todo teu amor eu vi de longe/ Dava pra sentir o teu perfume/Eu juro”.Já em “Três dias” e “Despedida” a melodia é bem mais relevante e gostosa.

Disco na ponte aérea


No ano que separou o fim dos trabalhos e seu lançamento o CD passou por uma série de modificações feitas por Camelo. Ele fez uma parada “estratégica”, pois sentia que faltava algo na estética. “Trouxe (as faixas) para o Rio, e elas soaram totalmente diferentes aqui e em São Paulo, no avião o disco já vai mudando” disse. Para Marcelo a paisagem foi determinante para o resultado final.

Se no álbum “Sou” o cenário era sua mudança da cidade carioca para a capital paulista, o segundo apresenta um maior equilíbrio de lugar. Nesse meio tempo ele descartou faixas, adicionou outras, e mudou até de gravadora trocando a Sony pela Universal Music.

*Foto: Daryan Dornelles/Folhapress

Um comentário:

Leonardo Erys disse...

Resumidamente, minha opinião é a seguinte: o cd é bom, mas não à altura do que eu esperava do Camelo de hoje.