quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quanta Diferença...

Alguns chamam de evolução, alguns chamam de traição ao estilo. O fato é que as bandas costumam mudar de estilo, principalmente quando as bandas possuem vários anos de carreira. Aqui vão três exemplos:

SCORPIONS
Quem escuta os grandes sucessos dos Scorpions como “Wind of Change” mal imagina que eles começaram com um som totalmente psicodélico, lembrando mais The Doors.
A banda, formada em 1965 por Rudolph Schenker, não tinha nenhuma intenção de ser uma banda de hard rock ou heavy metal. Na verdade, ela começou como uma banda de música beat, como Beatles no começo ou The Searchers.
As coisas começaram a mudar quando o vocalista Klaus Meine e o irmão mais novo de Rudolph, Michael Schenker, entraram na banda. O som, que poderíamos chamar de “jovem guarda dos gringos”, passou a ter um forte acento psicodélico. As roupas e os cabelos comportados deram lugar às roupas rebeldes e calças boca-de-sino.
Depois de gravarem o primeiro disco – Lonesome Crow – Michael recebeu a oferta da banda UFO, a qual acabou aceitando. O baixista, Lothar Heimberg, e o baterista, Wolfgang Dziony, também saíram da banda – não para UFO.
Após essas reviravoltas, todos já conhecem a história. O som da banda mudou do rock lisérgico para o hard rock que conhecemos bem. Muito bem, por sinal.

Veja como os Scorpions eram e como ficaram conhecidos.

PANTERA
Imagine o glam rock dos anos 80: os cabelos gigantes, as calças de couro coladas, as poses exageradas e, principalmente, o hard rock totalmente genérico. Existiam milhares e milhares de bandas assim, inclusive uma chamada Pantera que tinha Diamond Darrell nas guitarras. Sim, a mesma banda que nos anos 90 gravou “Cowboys from Hell” era uma banda de glam rock nos anos 80.
É engraçado também observar como a mudança de apenas um membro muda totalmente o som de uma banda. Quando Cliff Burton morreu e deu lugar a Jason Newsted no Metallica, a banda passou a fazer um som mais comercial. Digamos que com o Pantera aconteceu o contrário.
Terence Lee foi o vocalista da banda em quatro discos seguidos. Depois da saída dele, Phil Anselmo foi chamado. E logo no primeiro no disco dele o som mudou. Do glam rock foi para um hard rock com influências de heavy metal e, até mesmo, thrash metal. O segundo virou clássico, já que estamos falando do “Cowboys from Hell”, o disco que ajudou a consolidar a banda no mundo.
Depois desse disco, a banda lançou vários outros discos excelentes, até acabar em 2003, um ano antes da morte de Dimebag.

Veja como o Pantera era e como ficou conhecido.

GENESIS
Era uma vez uma banda de rock progressivo. Ela era muito orgulhosa de ter músicas de 23 minutos, de o vocalista atuar no palco os personagens que cantava e do guitarrista usar uma guitarra de 12 cordas. Eles suavam muito para compor as suas músicas e suavam mais ainda para tocá-las, já que elas eram muito técnicas e exigiam muito dos músicos. Eles não se vestiam como rock stars, não tinham pose de rock stars, não tocavam músicas de rock stars, nem mesmo sequer tinham algo de rock neles. Mesmo assim, diziam que tocavam rock progressivo.
Era uma vez uma banda de pop rock. Ela era muito orgulhosa das músicas de 3 minutos que tocava, do vocalista tentar parecer jovem mesmo sendo um tiozão careca, e do guitarrista usar aquela guitarra irada que encontrou em alguma loja de música qualquer. Eles suavam mais fazendo pose do que tocando, já que as músicas eram genéricas e todas tinham o mesmo ritmo. Eles não se vestiam como rock stars – nem como popstars, não tinham pose de rock stars – nem de popstars, não tocavam músicas de rock stars – nem de popstars, nem mesmo sequer tinham algo de rock neles – nem de pop. Mesmo assim, diziam que tocavam pop rock.
Era uma vez a banda Genesis, que era essas duas – em épocas diferentes, claro.

Veja como era o Genesis progressivo e como era o Genesis pop.

Nenhum comentário: