terça-feira, 30 de agosto de 2011
De álbuns lentos surge um show nada parado
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Porém, a apresentação foge um pouco desse padrão. Em palco, Camelo é mais "rock'n'roll". É menos cantador e mais gritador quando precisa e torna um show muito mais atraente no quesito animação. Sabe, claro, a hora de dar espaço às canções mais suaves, como "Santa Chuva", "Janta" e "Três dias". Da mesma forma havia feito há 2 anos atrás, na turnê do - mais introspectivo - "Sou", e não decepcionou o público no Vila Hall.
No Teatro Riachuelo, na última sexta-feira (27), Camelo estava em casa. Interagiu com a plateia, bebeu cerveja - "só hoje", afirmou -, elogiou o Teatro e brincou com o fato do público estar sentado. "Essa é pra vocês dançarem aí nas cadeiras. Assim...", ensinou Camelo, balançando os braços junto ao peito de um lado ao outro de forma bastante desengonçada.
A plateia do show parecia estar um pouco incomodada por estar naquela situação. Grande parte do público não queria e não sabia lidar com aquilo. O show pedia um público que pudesse cantar erguendo os braços em cada frase do ex-hermano, assim como ocorreu em "Além do que se vê", que finalizou a apresentação, com todos ao pé do palco. E só ocorreu porque, pouco antes, Camelo ofereceu as samambaias que compunham o cenário do show à plateia. A multidão correu em busca da planta e por lá ficou.
Mas a certo ponto foi favorável. Aos órfãos do Los Hermanos, ele resgatou, só na voz e violão, "Casa pré-fabricada", a pedidos de um fã. E só tocou, porque a acústica do teatro é excelente. Em outro lugar talvez não o fizesse.
O hermano então contou com a arma que lhe era mais favorável no show. Uniu o talento como músico - e da Hurtmold, banda que o acompanha - pra aproveitar aquele espaço. "São raras as oportunidades que a gente tem de tocar num lugar assim", afirmou referindo-se ao ambiente sonoro que o teatro proporciona.
Um bom show, num teatro que custa caro, mas que mostra ser acomodador não apenas a quem vai assistir, mas também a quem se apresenta. A organização só pecou por nos deixar sentado. "Copacabana" e seu batuque sentiram falta da movimentação do público. No fim, um show bem elétrico pra álbuns de dormir.
Estudante de Jornalismo, 20 anos. Amante do samba e do futebol, é um típico brasileiro. Mas não se prende a isso. Teve a grande sorte não se restringir musicalmente. Não tem preconceitos quanto a isso. O que lhe agradar, ele ouvirá, independente de estilos ou públicos. Acredita que o violão é a solução para muitos problemas.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Emicida não é e (muito) provavelmente nunca será o Brown
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Por Jessé Pinto
Emicida é correria! Aliás, muito mais que isso. Bem mais. Artista com ‘A’ maiúsculo. É o nome mais emergente e incandescente do cenário atual do RAP nacional. Está em todas, e todas são, sempre, muito boas. Mas não se engane, ele não é “revelação” não. Quem está na rua sabe que ele é macaco velho (nem tanto assim) na cena. Tem o couro castigado, apesar da pouca idade.
Poderão entender o brilhantismo desta mente, se entenderem como ele começou a escrever rimas. Filho único de família humilde e sem pai. Com pouquíssimos recursos, sua mãe peregrinava de igreja em igreja, de templo em templo, de salões em salões, de terreiro em terreiro. Por quê? Comer. Onde oferecessem refeições, lá estavam os dois. O local onde morava quando criança era cercado de igrejas evangélicas. E o pequeno acreditava que os cânticos entoados pelos corais eram de improviso. E assim começou. A igreja vizinha cantava e ele, no seu quarto, respondia com versos criados de bate-pronto. Isso com poucos anos. Coisa de Artista.
Apesar da origem muito humilde, dos sofrimentos vividos e carregados - uma de suas mixtapes chama-se “Pra Quem Já Comeu Cachorro Por Fome, Eu Até Que Cheguei Longe” - Emicida não é rapper 100% “perifa“. E isso não é um elogio, nem crítica. Afinal RAP é RAP e ponto final, e cada um é cada um. Se o conteúdo é positivo, está valendo. Emicida consegue ser polivalente em suas letras. Romântico, ácido, seco, cruel. Tem versos de amor lindos, de deixar qualquer “mina” suspirando, e muito. Tem letras de rua, mesmo. De dar tapa na cara, à la Mano Brown, mas com jeito Emicida. Já fez música com NX Zero, já teve como participantes em seus videoclipes o mestre Renato Teixeira e Zeca Baleiro. E como diriam nossas vovós, diga-me com quem andas e te direi quem és.
Não tentem comparações. Não endeuso ninguém aqui. Não mesmo. Digo que ele é bem único. Vão comparar Neymar a Pelé? Claro que não. E também não digo que o Brown é Pelé. Se bem que é quase isso. Depois disso devem estar achando estranho o título do texto. Mas o que quero dizer com aquilo é: Emicida nunca será o Brown! Não porque não tem talento, um dia, quem sabe, possamos fazer essa comparação. Nunca será o Brown porque ele não tão cru quanto, e, principalmente, não tem só uma face pra mostrar. E isso não é uma crítica ao Mano mais famoso do RAP. Quem sou eu? Mano Brown é Mano Brown. Pergunta a qualquer um que faz e/ou ama RAP, qual a referência maior? Resposta na ponta língua: Racionais MCs.
O Emicida constrói feroz e brilhantemente sua carreira. Como bem poucos. E que assim siga. Se brincar, a gente ganha mais que ele. É até metido a cineasta. Já viajou pra se apresentar em festival grande e importante de música na gringa, e está levando o RAP nacional de volta ao lugar que lhe é direito. Cresce sem preconceito e amarras. Esse é Emicida, como bem se define em “Então Toma”, “um popstar do caos”.
Estudante de Jornalismo, 20 anos. Amante do samba e do futebol, é um típico brasileiro. Mas não se prende a isso. Teve a grande sorte não se restringir musicalmente. Não tem preconceitos quanto a isso. O que lhe agradar, ele ouvirá, independente de estilos ou públicos. Acredita que o violão é a solução para muitos problemas.
sábado, 13 de agosto de 2011
Ex-integrante do Queens of the Stone Age poderá pegar até 15 anos de prisão
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Cearense, 19, estudante de Comunicação Social e fã de música decente. Acredita que um show sem pogo é uma perda de tempo.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
"Abrir espaços aos nossos trabalhos em primeiro lugar"
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O MADA (Música Alimento da Alma) voltou. O evento, que se tornava, a passos largos, um dos grandes festivais do Nordeste, teve de ser interrompido no ano de 2010. Após um ano, o festival promete retornar com grandes atrações para o público e já tem data marcada, dias 7 e 8 de outubro.
De forma bem objetiva, Jomardo Jomas, produtor do MADA, atendeu - por email - gentilmente à equipe do AQUI TEM SOM e esclareceu algumas questões sobre o festival, oportunidades às bandas do RN e patrocínios. Confira a entrevista:
Aqui Tem Som: O MADA voltou e a pergunta que fica é o porquê de não ter ocorrido no ano passado... Então, o que mudou para este ano, os patrocínios surgiram?
Jomardo Jomas: Uma junção de alguns fatores fizeram o evento não ocorrer. A demora na aprovação do projeto pela lei de incentivo estadual terminou atrasando os projetos aos patrocinadores e consequentemente ficou muito em cima para organizarmos a edição com toda a qualidade que sempre trabalhamos.
O projeto sempre foi muito bem recebido pelos patrocinadores. Esse ano temos a COSERN como patrocinadora Master do evento e outros patrocinadores estamos finalizando os contratos.
Estudante de jornalismo, fotógrafo, pseudo-músico e chato. Não tem ídolos humanos. Gosta de música, mas não é eclético, isso remete a mal gosto. Música para ser boa tem de me fazer falar um palavrão. Melodia ganha de letra.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Camarones lança clipe com participação de humoristas do Os Melhores do Mundo
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Rock In Rio: assista vídeo que mostra estrutura da Cidade do Rock sendo montada
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Cidade do Rock, como ela deverá ficar quando as obras terminarem |
Entre uma viga e outra, é possível ver onde ficarão alguns brinquedos, como a roda gigante e a tirolesa, e o Palco Mundo, que receberá as principais atrações de cada um dos sete dias do festival. O espaço será utilizado também nas Olimpíadas do Rio, em 2016, então todo capricho é pouco na hora de construir.
Se você está com o ingresso na mão, mas anda preocupado, achando que a estrutura não vai aguentar a pressão, é bom assistir o vídeo abaixo.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano
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Capa do disco Acabou Chorare,
de 1972/divulgação |
Estudante de jornalismo, fotógrafo, pseudo-músico e chato. Não tem ídolos humanos. Gosta de música, mas não é eclético, isso remete a mal gosto. Música para ser boa tem de me fazer falar um palavrão. Melodia ganha de letra.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Dr. Carnage: Facada e Tiroteio (2011)
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Realmente, alguns riffs e a levada de certas músicas te dão a impressão de já ter ouvido aquilo antes, mas basta prestar atenção nas letras para ver que tudo é diferente. Os versos catam coisas que só acontecem no escaldante sertão nordestino, violento e sem escrúpulos.
"Facada e Tiroteio" é o segundo EP da Dr. Carnage, que antes havia lançado "Estilo Brucutu", de 2009 (clique aqui para fazer o download). Os potiguares conseguiram manter a sonoridade praticamente inalterada, mesmo depois de tanto tempo separando os dois trabalhos. O mais recente conta ainda com melhorias em alguns quesitos técnicos.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Após dois anos, Marcelo Camelo voltará a se apresentar em Natal
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Marcelo Camelo durante primeiro show da turnê "Toque Dela". Foto: Diego Ciarlariello |