Para quem não sabe quem é Lester Bangs, vou dar uma de historiador:
Muitos acreditam que esse americano é o maior crítico de música de todos os tempos, quando falo música, me refiro à indústria cultura, deixando de lado a clássica, de raiz, regional, enfim, aquela que não é “comercializada”. Lester já escreveu para a Rolling Sotenes e para a Creem. Morreu muito jovem e alguns de seus artigos foram publicados num livro chamado “Reações Psicóticas”.
Agora para quem não me conhece:
Eu sou um jornalista, que como qualquer outra gosta muito de ler, porém eu tenho um defeito, a minha leitura é muito lenta e quando um livro não é interessante ou enrolado, a coisa piora, estava/estou (pois ainda não desisti de ler até o fim) lendo um livro há meses, quando a leitura complica passo a me amparar em revistas e outros livros, nesses “outros livros” acabei me deparando com o livro de Bangs, indicado por um amigo que também faz parte da equipe desse blog. O livro é muito bom, e o cara é um ótimo escritor como dizem, e sua marca é a simplicidade no que escreve, ele fala com se estivesse na mesa de um bar ou chapado em uma festa, a segunda hipótese é mais provável, não procura palavras rebuscadas e a essência do que diz é o mais puro feeling conquistado com anos de somente escutar música, boa música. O maior problema para mim foi conhecer as bandas das quais ele fala, por outro lado me dá espaço para conhecer mais e melhor outros artistas, digo músicos.
O capítulo que me motivou a escrever, além de acordar mais cedo que o normal, é o “Especial Kraftwerk” escrito para a revista Creem em setembro de 1975. Kraftwerk foi uma banda alemã, marcada pela sua diferença no que diz respeito de onde tiravam o som. Para facilitar eles foram uma espécie de Depeche Mode.
Se lermos o texto com uma visão ampliada veremos que a sua raiz está em todo o processo de evoçução da raça humana: criar algo que o substitua, mesmo sem saber que não queremos aquilo. O fato de tornar tudo mecanizado e automático nos revela algumas bizarrices, como garoto com voz de menina no topo das paradas e mega palcos para somente uma pessoa pensar que está tocando.
Por um lado a internet e a computação abriram mais espaço para os que antigamente estavam desprezados pelas gravadoras, por outro facilitou a aparição de verdadeiras fraudes; o que no passado um músico ralava para compor um solo ou uma melodia, estudava, e ensaiava mil vezes para sair da mais perfeita maneira, hoje qualquer um pode fazer uma besteira lá, sei lá tocar uma pentatônica ou coisa assim, e o produtor, por muitas vezes mais estrela que o cantor, com o engenheiro fazem o resto, digo o computador. Ás vezes refletindo penso que para muitos a clave de sol é simplesmente para tatuar no braço e ter uma “ligação” com a música para o resto da vida.
Outro motivo que me beliscou para esse tema é o frequente uso da maquinação da voz do cantor, tudo bem, falar um verso, dentro de um contexto, agora as cantoras pop de hoje em dia usam e abusam desse artifício, que por sinal é ridículo, poxa se você não tem das mais belas vozes, então limite seu público ao sabonete e à esponja.
Felizmente para quem procura ainda é possível encontrar músicos de verdade por aí, muitos, infelizmente ainda escondidos por grandes selos, afinal a internet trouxe a liberdade de fazer e divulgar, mas não de se chegar ao estrelato para isso 80% ainda depende deles, os grandes.
Como disse Lester quando questionado aonde está indo o Rock:
“ele está sendo tomado […] pelas máquinas”
Para ler o artigo de Lester Bangs clique aqui: Especial Kraftwerk
2 comentários:
Excelente texto Boneco! Parabéns.
Opa! Valeu Dudu! Obrigado, ainda mais vindo desse omi!
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