O encarte já adianta o que se encontra no CD: "Use para agitar"
Tem uma outra capa laranja. só para constar.
O disco “E o pior qu’isso tudo não é ficção” é o trabalho de
lançamento do mais novo grande “pinta natalense” Maguinho DaSilva. O trabalho dele pode ser avaliado como um dos melhores do ano.
Na sua grande maioria as músicas são
boas, e diria até, únicas. Para falar a verdade esse é um retrato do que vem sendo produzido em terras potiguar nos últimos anos que tenho me atentado aos excelentes artistas que surgem, não quero dizer que não existiam, porém agora a quantidade é bem maior, e a qualidade de gravação também acompanha o crescimento. É fato sabido que do lado de cá nós consumimos muito as manifestações artísticas vindas de
outros estados. Enquanto muitos vem como negativo, eu sinceramente vejo com
outros olhos. As grandes transformações são feitas de misturas, é claro com equilíbrio
de vertentes e influências, e a atual guarda da música potiguar tem feito muito bem isso. É o que se pode
ver no samba com sotaque do Arquivo Vivo, ou na NeoMPB do Seuzé, cheia de
malícia e palavras do vocabulário deste estado ou no rock leve de Talma&Gadelha. DaSilva também entra para este
time, que além da regionalidade tem o “apelo” de público, particularmente
sairia – e saio - de casa para ver uma apresentação de qualquer uma das banda
já citadas e muitas outras. O restante fica por conta do público conhecer,
perder o preconceito, e então, bem depois disso eles já estarão nas casas de
show e bares da cidade curtindo o som.
Porém em contraponto a essa mistura a qual rende bons
frutos, vem alguns deslizes por parte de artistas que forçam a barra para parecerem únicos, ou inovadores, mas nem sempre resulta em algo bom, pois nem tudo a brilhar significa um tesouro a te esperar. Existem artistas (vejo isso principalmente no
cenário nacional, mas deve rolar aqui também) que quando falam em ser diferente ou “diferencial” é ser
aquilo que ele não é ou então ser algo deslocado do seu tempo e espaço. Estas
pessoas não entendem que somos diferentes em nossas semelhanças, eu sou igual a
você porquê você é diferente de mim e de minha irmã, enfim acho que você
entendeu. Bem, aí fica o detalhe para o artista prestar atenção, embora não tenha vacilado neste quesito, ele andou sobre um muro que dividia os dois lados, sem cair, seu trabalho resultou em um material único e próximo de nós, seres humanos normais.
Alex Regis
A música de abertura do disco já diz exatamente o que
devemos esperar, “Me Chame com(o) eu sou(l) ” é o cartão de visita de Maguinho,
além do mais ele marca outra característica que se repete em mais algumas
músicas no decorrer do disco: o trocadilho com algumas palavras. “Eu só quero amar” é
uma música curta, porém divertidíssima. “Beat and Explosion” é outra jóia do
disco, que vem seguida por “Some Wonders Music”. Esse é só uma pequena parcela
do que pode se ver no disco E O Pior Qu’isso Tudo Não é Ficção.
O encarte do disco também é um ponto relevante a se
destacar, primeiro a capa é um primor, simples, divertida e prática, não
poderia pedir mais de uma imagem. Entretanto quase se abre é possível observar
apenas parte das letras, apenas 8 das 14 faixas são representadas lá. Se fosse
para “deixar pela metade” não seria melhor dar continuidade ao trabalho visual
da capa com imagens, e fotografias, que por sinal, as localizadas do outro
lado, de tão pequenas e mal colocadas causam uma poluição visual.
Abaixo algumas músicas apenas para sentir o peso do som, mas indico que comprem o disco vale o dinheiro!
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